quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Cinco livrarias para conhecer em Buenos Aires

Ainda que algumas livrarias realmente tenham fechado as portas nos últimos anos em Buenos Aires, a cidade continua com aquele título que dá orgulho até nesta reles residente: o de cidade com o maior número de livrarias por habitantes no mundo.
Elas estão em toda parte, em todos os bairros, são grandes, pequenas, muito pequenas, pertencem a redes enormes de livrarias ou a livreiros independentes, vendem livros novos, livros usados, são desordenadas, chiques, clássicas, interessantes ou até meio sem graça. Todas convivem muito bem em um intervalo de espaço inimaginável para qualquer cidade brasileira. Dá pra “passar rapidinho” por umas três caminhando quatro ou cinco quadras, dependendo do bairro.
Eu não sei se tenho exatamente uma livraria favorita - El Ateneo Grand Splendid já não deveria entrar em nenhuma lista - e ainda falta conhecer várias, mas algumas das que mais gostei de visitar são essas abaixo.


Eterna Cadencia
Pequena e com uma seção de livros de arte/música bastante considerável para seu tamanho, a Eterna Cadencia te deixa bastante confortável ali dentro, principalmente na seção supracitada. Ninguém enche teu saco e nunca tem muita gente passando e atrapalhando tua concentração. É difícil (eu diria até impossível) encontrar best sellers, livros de youtubers ou de autoajuda. Na verdade, esse tipo de livro é difícil de encontrar em qualquer livraria que não seja nas grandes redes. Aqui Javi comprou pra mim um livro do Fante que eu queria e outro dia comprei um do Fante de presente pra ele. Além de tudo, o lugar é lindíssimo, tanto a parte da livraria quanto a do café. Desta lista, é a única que fui várias vezes.

Eterna Cadencia

Walrus Books
Pra quem mora em Belgrano, ir a San Telmo é quase uma viagem. Tem que se programar e pensar em tudo o que dá pra fazer no bairro pra não perder tempo. E uma visitinha a Walrus Books estava no roteiro de uma das últimas vezes que fui ao bairro. É uma livraria minúscula, provavelmente a menor em já que estive, e só vende livros usados, exclusivamente em inglês. A luz baixa, o cheiro de canela, os tons de vermelho e a forma das estantes dão uma sensação de estarmos meio fora da realidade, num filme ou pelo menos em um país europeu (se bem que muitas coisas em Buenos Aires fazem eu me sentir assim). Aqui Javi comprou pra mim The Polysyllabic Spree, uma compilação de textos do Nick Hornby, que estava baratinho.  


Fedro
Outra livraria para incluir no passeio a San Telmo. Passamos pela Fedro antes de ir à Walrus Books, e apesar de ser uma livraria de bairro e independente, a Fedro é bastante grande. A parte da frente é dedicada a novelas, biografias e congêneres, os fundos são para artes e livros infantis e, para nossa alegria, no segundo piso se encontram discos de vinil usados - diferente dos livros, que são todos novos. Encontrei vários títulos interessantes, mas com a Macrisis fica um pouco difícil adquirir livros novos, principalmente se não são edições de bolso.

Fedro

Falena
Só é possível ir à Falena se você sabe que ali se encontra a Falena. Tem um letreirinho na parede, mas nada te faz pensar que ali há uma livraria. É preciso tocar a campainha e esperar que alguém te abra e te pergunte se é a tua a primeira vez por ali. Respondemos que sim e a pessoa nos explicou rapidamente onde ficavam as seções e disse que no momento as mesas do café estavam todas ocupadas, menos as de fora, só que fazia frio e estava meio chuvoso. O café na verdade tem uma carta de vinhos como especialidade e até queríamos nos sentir ricos por um momento tomando uma tacinha, mas terminamos de recorrer todas as seções e ainda não tinha lugar livre na parte de dentro, então fomos embora. Além do vinho, a especialidade da Falena são livros de arte. Sabe essas edições enormes e lindas da Taschen? É o que mais tem. Depois, há uma seção de biografias no segundo piso e de novelas em uma salinha de vidro separada pelo jardim exterior. Muito lindo e chique, e claro que não compramos nada.
Falena
Libros del Pasaje
A última da lista é também a que faz mais tempo que não vou, não sei exatamente o porquê, já que vamos a Palermo de día com alguma frequência. Pertinho da passagem Russel, a Libros del Pasaje é tão linda quanto a Eterna Cadencia, tem mais ou menos o mesmo tamanho e as semelhanças incluem também um café, que começa ali quase no meio dos livros e segue em um pátio coberto. Com estantes altíssimas, alguns livros só podem ser retirados com uma escada móvel que está sempre indo de um lado pro outro. Já os livros destacados ficam no meio, em uns simpáticos carrinhos de madeira. Fomos cheios de expectativas, e a apesar de ser tudo muito lindo, o “carrot cake” que pedimos era uma das coisas mais secas e tristes que já passaram pelo meu estômago. O que não estragou minha impressão da livraria.

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