segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Domingos suicídas

Os domingos têm esse potencial bastante particular de serem dias entediantes sob qualquer circunstância e em qualquer lugar do mundo, mas quando você está sozinha em outro país a chance de não sair viva de um deles aumenta de maneira considerável. Nesses quatro meses, salvo algumas raríssimas exceções em que tive companhia para almoçar e passear pela cidade, meus domingos têm sido basicamente de mais pura solidão.
Nos meus últimos anos no Brasil o primeiro dia da semana costumava ser ocupado por: 1) Casa dos meus pais em Balneário Camboriú.  2) Invencionices em casal. 3) Descanso de uma rotina relativamente cansativa.  4) Trabalho.
Como aqui não tenho qualquer rotina e estou sempre muitíssimo bem descansada, fica difícil não passar o domingo fazendo maratona de séries. Contudo, para evitar utilizar o parapeito da minha sacada como trampolim e não fazer sujeira na calçada, adotei algumas atividades com nível seis de eficácia contra a depressão profunda.

Museus. Perto da minha casa tem três museus interessantes e eu guardo todos para o domingo. Até agora só fui a um deles, o Larreta, do escritor espanhol Enrique Larreta, que não é lá grandes coisas, mas ficou com uns 40 minutos do meu dia. Ainda falta o Sarmiento e o Yrurtia.

Barrancas de Belgrano. É provavelmente o que eu mais tenho feito aos domingos. Levo uma manta, um livro, fones de ouvido e procuro meu lugar ao sol. As barrancas são uma praça enorme cheia de... barrancos e bastante grama, fica quase em frente à minha casa, mas está em reforma e boa parte dela está fechada, então rola uma disputa de lugar.


Barrio Chino. Esse lugar pitoresco fica a duas quadras da minha casa e aos domingos é um fervo total. De vez em quando dou uma volta por ali e uma vez até comi um frango frito no palito – e fui recriminada por amigos ao contar-lhes a façanha. Dizem que não é recomendado, mas eu achei bem bom e não passei mal.

Hambúrguer. Domingo também foi o dia que elegi para almoçar fora e normalmente  o que como é hambúrguer, que pode ser de fast food ou algo mais elaborado. A parte ruim é que a solidão fica muito clara: sempre fico sozinha em uma mesinha para dois ou ali jogada na barra. Também sozinha, porque não há outras pessoas solitárias comendo hambúrguer na barra em um domingo.

Shopping. Essa atividade sem qualquer tipo de graça eu cometi apenas uma vez em um domingo de muita chuva. Eu queria comer (um hambúrguer!) e ver os preços da Zara, então fui até o Alto Palermo, já que o subte me deixa praticamente dentro dele. Nesse dia conheci o Wendy’s, um dos piores fast foods a que tenho conhecimento.

Palermo Golf e cercanias. É um dos meus lugares favoritos em Buenos Aires e eu poderia ir aos domingos, mas não vou. Prefiro ir em dia de semana porque imagino como deve ser lotado no fim de semana e não quero estragar sua imagem de lugar tranquilo e maravilhoso. Sem falar que não é assim tão perto de casa e não gosto de fazer grandes esforços aos domingos.


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