quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Días que nacen de casualidad


Estou aqui com dor na panturrilha comendo um pote inteiro de paçoquinhas para provar o quão louca a vida pode ser. Tudo começou com esse texto, onde desopilei todo meu amor-vergonha por Tan Biónica e minhas sinceras palavras chegaram aos olhos da Bea, dona do Twitter/Facebook Tan Biónica Brasil. Sim, eu fiz a mesma cara ao descobrir que isso existe. Ela achou o meu tuíte com o link do post e veio falar comigo. Disse que me entendia perfeitamente. Isso foi em um domingo, há pouco menos de um mês, e se hoje sinto dor na panturrilha e como paçoquinha é graças a ela.
Eu, que nem sonhava (mas confesso que tinha um desejo nas profundezas do meu ser) em ir a um show da Tan Biónica, nesta semana acabei indo a dois, um dia após o outro, acompanhada da própria, que se hospedou em meu apartamento (apartamento do Diego, actually) em troca de dois potes de paçoca. Achei muito justo.
Sabe quando você começa uma zoeirinha e de repente ultrapassa todos os limites do bom senso com ela? Pois foi assim que me senti na última segunda-feira enquanto esperava com Bea um rapaz chamado Federico trazer nossos ingressos de cortesia para a pista, na primeira das quatro apresentações que Tan Biónica faria no Luna Park. Chuva, frio, horas em pé, milhares de adolescentes gordos e espinhentos e incertezas rondavam a esquina onde nos encontrávamos junto a outro grupo que esperava o mesmo Federico. Até que Federico chegou, às 21h30, com a banda de abertura em seu auge. Pegamos as entradas e voamos para o mais próximo do palco que conseguimos, munidas de uma bandeira do Brasil trazida do Paraguai.


Eu li tanto, escutei tanto e assisti tanto sobre Chano (mais que sobre os outros, confesso, mas ele é uma figura muito controversa e figuras controversas me provocam interesse) que quando ele finalmente apareceu ali na minha frente com uma camiseta transparente de gogo boy eu não consegui ficar extasiada. Parecia um conhecido meu, de quem acompanhei dramas, vitórias, derrotas, vícios, inícios e fins de relacionamentos e que apesar de nem sonhar com a minha existência (se bem que depois de aparecer tanto com aquele pano verde e amarelo ele talvez possa saber que existe alguém além da Bea) já é meu bróder.  Mas bróder de verdade, desses que você balança a cabeça e diz “não faz isso, cara”. Já dei muitos abraços imaginários em Chano e também muitos conselhos de vida mentais. Inclusive ontem, no segundo show, quando eu estava em um lugar mais privilegiado e podia ver seus sapatos, o aconselhei a nunca usar aquele Adidas com asas fora do palco. Tudo isso ocorre, creio eu, porque sou muito velha para ser fã de Tan Biónica – e de qualquer outra banda –, mas não consigo não ter afeição pela pessoa de Chano.
No fim essa história toda me rendeu uma cobertura para o site da web TV Comando Latino (que você  pode ler aqui) e uma pequena frustração por não ter conseguido uma entrevista e nem 15 segundos de meet and greet para dizer ao Chano “pô, cara, que cê ta fazendo”. Mas assim é a vida, assim são os amigos. Eles nos decepcionam quando menos esperamos, mas sempre estaremos com eles.a

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