quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Una Fiesta

Há uns quatro anos, quando Charly Coombes and the New Breed (banda do irmão do vocalista do Supergrass, Gaz Coombes) tocou no John Bull, em Florianópolis, ficou muito clara a facilidade que os ingleses têm para fazer rock. Parece muito mais natural para eles pegar uma guitarra e fazer qualquer coisa ali e essa coisa qualquer fazer todo o sentido. Sábado passado aqui em Buenos Aires eu tive uma sensação parecida ao finalmente sair de casa para ver uma das várias bandas argentinas que eu gosto, a Fiesta.
Eu já tinha falado dela no finado blog, onde todo mês postava um vídeo de uma banda daqui, e ao vivo é um negócio realmente impressionante. E não por mérito exclusivo deles, que são de fato excelentes, apesar de ainda desconhecidos do público local, mas também do lugar. O La Oreja Negra é um centro cultural onde rola de tudo, incluindo shows de rock quase todas as noites, tem uma estrutura e uma acústica perfeitas, além de aparentemente contar com técnicos de som que sabem o que estão fazendo. Isso tudo resulta num negócio caprichado e idêntico ao que a gente escuta no Spotify quando procura Fiesta por lá. Não lembro qual foi a última banda (estamos falando do underground) que vi no Brasil e que ao vivo soava tão fiel ao que era feito no estúdio.
É exatamente como eu escrevi no texto que saiu no Plural no Dia Mundial do Rock. O que tem aos montes aqui é gente disposta a levar o rock a sério. Perdoem-me os porteños que dizem que esse caixão já foi pregado por aqui, mas eu não vejo como ele pode morrer tão cedo enquanto houver tamanha disposição.

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